DA SUPERPRODUÇÃO IMOBILIÁRIA À EXPANSÃO DAS NECESSIDADES POR MORADIA

Bárbara Caetano Damasceno
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, SP, Brasil – bc.damasceno@unesp.br

Estevam Vanale Otero
Arquiteto e Urbanista, doutor pela FAUUSP e docente em cursos de graduação e pós-graduação. LabHab FAUUSP – e.otero@unesp.br

Texto enviado para a revista PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 13, p. e022030, 2022.

No interior paulista os processos de desconcentração industrial e interiorização do desenvolvimento representaram, além de crescimento econômico e ampliação da oferta de empregos, o surgimento e acirramento de diversos problemas urbanos antes restritos às metrópoles, em especial quanto à moradia dos estratos de baixa renda. As políticas públicas destinadas a enfrentar o problema adotaram como solução hegemônica a produção de novas moradias, sobretudo a partir do Programa Minha Casa Minha Vida. Ainda assim, após décadas de adoção desse modelo, observa-se um descolamento entre oferta e demanda em que, paradoxalmente, identifica-se uma forte expansão de ambas. No período recente, parcela significativa da literatura se concentra na análise da produção de moradias e seus impactos socioterritoriais nos grandes centros urbanos e metrópoles, de modo que são ainda insuficientes os estudos sobre a problemática urbana e habitacional em realidades não-metropolitanas, e que permitam a distinção entre as formas de produção do espaço e das necessidades habitacionais em cidades de pequeno e médio porte. Desta maneira, o presente artigo busca demonstrar, a partir da análise das necessidades por moradia e da produção habitacional para um conjunto de 23 municípios da Aglomeração Urbana de Piracicaba, como a produção da moradia enquanto mercadoria resultou num quadro de superprodução, sem ter sido capaz de enfrentar as reais necessidades habitacionais dessas cidades.

 

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